sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O Top 10 das 128Bits - 5ª Parte

Esta iniciativa que já teve o seu inicio pouco antes do natal, teve como objectivo catalogar todos aqueles jogos que mereceram o rótulo dos melhores entre os melhores. Claro que muitos foram os jogos maus que sairam para estas plataformas, mas estes são sem duvída os obrigatórios e todos deveriam joga-los. Para começar vou enumerar alguns jogos que mereciam estar igualmente no top mas tiveram de ser eliminados pelos gigantes que figuram no top 10. Por fim o Nº1, volto a lembrar que este top foi todo criado e construído segundo as minhas preferências e opiniões sendo natural que possam estas ser diferentes de outros frequêntadores do New Ágora.
A todos os que seguiram este TOP os meus agradecimentos e espero por todos os vossos comentários.

Outros Jogos de Referência:

Okami - PS2/Wii
Shin Megami Tensei: Lucifer's Call - PS2
Star Wars Knights Of The Old Republic - XBOX/PC
Socom 2 US Navy Seals - PS2
Final Fantasy XII - PS2
Gran Turismo 3/4 - PS2
Tekken 5 - PS2
Pikmin - GameCube
Metal Gear Solid: Twin Snakes - GameCube
Ninja Gaiden - XBOX
Devil May Cry 1/3 - PS2
God Of War 1/2 - PS2

A verdade é que a lista podia continuar mas os títulos apresentados têm tanta força como os que se encontram no top 10 e são vivamente recomendados.


TOP 1o


1



Este jogo deveria dispensar qualquer tipo de introduções, sejam elas banais ou critícas. Mas infelizemente terá de ser pois ICO foi sem duvída um dos jogos mais incompreendidos desta geração até ao lançamento de Shadow Of The Colossus pela mesma equipa anos depois.
Sendo o primeiro trabalho para a consola de 128 Bits da Sony, esta equipa da Sony fez um passe arriscado, o hardware era novo e inexplorado e o processador da consola (o MAYA) era algo difícil de trabalhar, e o conceito do jogo era ainda mais arriscado tendo em conta que a industria ainda só agora dava os primeiros passos no mundo dos adultos e a ideia de originalidade era risco demasiado elevado para as produtoras e editoras, mas o projecto seguiu em frente e chegou ao público. O que aconteceu infelizmente para toda a indústria foi que ICO embora adorado pela crítica, não teve receptividade pelos jogadores.
Era eu ainda novo e vi a análise numa revista oficial da Playstation, algo me fascinou no que se falava naquela página para além da nota elevada, resolvi comprar o jogo, mesmo contra insistência do meu irmão que procurou demover-me da ideia e comprar outro, na altura na moda, Devil May Cry. E felizmente que segui a minha primeira escolha.
ICO é como que uma obra de arte, desde a capa editada na europa (a que mostro acima) até ao fim dos creditos.
O jogo começa como algo nunca visto, a fazer lembrar um sonho inocente e calmo onde as palavras proferidas durante toda a introdução podem ser contadas pelos dedos de uma só mão. Uma criança transportada para um castelo gigantesco situado numa ilha ligada por uma ponte, por um punhado de cavaleiros que por fim é confinada numa especie de sarcofágo para morrer em salvação (supostamente) da sua tribo. Sorte do acaso a criança consegue libertar-se da sua clausura e ve-se sozinho dentro deste castelo gigantesco, mas não por muito tempo. Ico (pensa-se que esse será o seu nome) descobre uma outra pessoa, uma rapariga mas embora com semelhança e figura humana, esta possui uma aura fantasmagórica. Esta rapariga é constantemente interpelada por seres sombra negros que a tentam raptar. Ico resolve então fugir do castelo e ajuda-la levando-a consigo na sua jornada.
Tudo em ICO lembra um sonho maravilhoso. Desde as paredes alaranjadas de pedra antiga do castelo a reflectir o sol, à aura suave e algo enevoada misturada com a maresia conjugada com o sol de um fim de tarde quente, se acham confuso, pois é assim tão dificíl de descrever.
Guiar Ico e a Fantasminha pelo castelo é feita em género de plataformas/puzzles e um pouco de combate (onde as sombras negras são os inimigos), tudo isto sem menus e interfaces a atrapalhar no ecrã que apenas mostra as nossas personagens e o que as circunda. Os cenários estão espectacularmente recriados e misturados de forma inteligente com os puzzles e muitas vezes mexem com os ambientes dos cenários.
O grafismo é algo de luxo e ainda hoje um mimo para os olhos, uma mistura entre um bom motor gráfico de jogo e um design e arte fenómenais e sem duvída continua a ser (quase 7 anos depois) um grafismo tão bom e detalhado como alguns dos últimos jogos das 128 bits.
A sonoplastia é de luxo com os sons ultra realistas de uns passaros que passam de vez em quando, a água que corre algures perto, a relva a ser pisada ect ect ect (podia enumerar dezenas de casos) e a música um clássico que possui algumas das melhores melodias de sempre (Heal ainda é das melhores musicas instrumentais até hoje).
Não posso acabar sem falar da parte talvez mais importante do jogo, a relação entre Ico e Yorda. É algo nunca antes visto e ainda hoje um pilar na interacção quase que silênciosa. Ico e Yorda falam linguas diferentes e mal se percebem, mas a química entre os dois cresce e rapidamente a nossa empatia também, assumindo o papel de Ico durante toda a aventura realmente começamos a preocupar-nos com Yorda, esta é claramente frágil e mal se consegue defender ou escalra coisas, cada a vez que a deixamos sozinha, o coração aperta e quando as sombras aparecem para a raptar lutamos desesperadamente para a salvar do perigo e isso nota-se também com Ico enquanto este lhe dá a mão e corre com ela pelos cenários, a ajuda a escalar mais um obstáculo, sentimos que Yorda é importante e fazemos tudo para a salvar.
A minha análise termina por aqui, ICO é sem dúvida o jogo que mais me marcou nas 128 bits, fez-me pensar, espantou-me centenas de vezes e fez-me mesmo sentir-me no meio das personagens o que é exactamente o que um jogo deve fazer.
Neste momento sinto-me algo como um crítico daqueles que têm a mania que percebem os filmes que ninguêm vê mas dão-lhes grandes notas. Mas se por alguma vez vos passar um ICO pelas mãos experimentem-no do principio ao fim, e talvez aí sim digam, este é dos melhores das 128 bits, pelo menos é o meu. Eis o meu primeiro lugar.
Obrigado a todos e visitem os links abaixo.

Os Links:
http://www.icothegame.com/
http://www.youtube.com/watch?v=8FQ-0vqHAro&feature=related

O Editor:
Silvestre, Daniel

4 comentários:

Anónimo disse...

Nem conheçia o jogo lol

Editor disse...

Digamos que é uma escolha invulgar e original ao mesmo tempo. Nunca joguei ICO mas joguei Shadow of the Colossus da mesma produtora a que também fizeste a tua analise. Se ICO é tão bom como o Shadow of the Colossus então a escolha justifica-se, mas acho que há muitos mais jogos melhores ou iguais a ICO que poderiam estar no topo da tua lista.

Anónimo disse...

"Nem conhecia o jogo lol".
Deixa tar, nem tu nem metade dos jogadores. Isto é como o gajo disse, é um jogo para aqueles intlectuais que tambem deliram com filmes que ninguem vê ou percebe. É como se fosse um jogo feito pelo Manoel de Oliveira.
Pessoalmente não gosto.

Anónimo disse...

"Pessoalmente não gosto"
É claro que não gostas David, ficava espantado se o fizesses, para ti e para muitos outros, um jogo só é jogo se tiver tiros, sangue, gajas semi nuas e chapa batida. Felizmente que nem todos têm de gostar do mesmo.